domingo, 12 de agosto de 2012


"Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segunda a tua vontade!" (Lc 1,38)
[Formação sobre Mariologia]
                Nos dias 10 e 11 de agosto tivemos a oportunidade de um intenso estudo sobre Mariologia, tendo como assessor Fr. Paulo Moura,O.Carm. (Província Pernambucana). Pôde-se delinear a visão de Maria como nossa mãe e companheira na fé, isto por meio dos dados que recebemos historicamente pela tradição e pela nossa fé nos relatos bíblicos.
   Pelos dogmas que fazem parte da divina revelação percebemos a humanidade de Maria, e nessa condição, foi que ela acolheu Deus, pela  encarnação. Sendo aquela que ouviu e meditou a Palavra, foi quem praticou conforme o projeto dos Céus, tornando-se a perfeita discípula.
  O fato de ser a Mãe de Deus (Theotókos), faz com que Jesus recebesse uma substância como a nossa, superando qualquer dualismo.É Deus na humanidade concreta e na história, marcado pelo nascimento e morte, não deixando de ser Ele transcendente.
   O que de fato ressalva, é conforme nos diz o Vaticano II: que a maternidade de Maria é a tradução da vocação da humanidade, nossa entrega a Deus. Esta mulher não se tornou deusa, nem entrou na Trindade,mas se fez mediadora e assume o papel de Igreja. Seu papel foi ativo, foi a mediadora, como posto pela tradição popular no processo da salvação que ocorreu por meio de Cristo.
   Igreja e Maria traduzem-se em mãe, que nos acolhe na comunidade dos batizados, para sermos testemunhas de Cristo e buscarmos o bem, e principalmente como mostra os Evangelhos e os principais documentos da Igreja, termos opção pelos pobres. Haja vista, que a vocação de Maria só pode ser compreendida no contexto Cristológico. Não distante, os reformados aceitam a maternidade; esta compreendida em relação a Jesus.
   Quanto a Virgindade, depois de variações, tem dito que permaneceu incorrupta e sem mancha a integridade corporal de Maria. E dando um salto maior, sabe-se que o que importa não é o fato biológico, mas o símbolo do novo começo realizado por Deus em Cristo. Percebendo pelos relatos bíblicos e tendo a nova criação no Espírito, a salvação do povo das opressões e por fim a consagração a Deus.
   Maria, a Imaculada Conceição, pela íntima relação com Deus, não exime-se de ser humana- mulher pertencente a uma cultura e sociedade. O que temos é  sua pessoa como a cheia de graça, sendo planificada para a realização do projeto de Deus por meio de sua resposta livre. O que fica é a misericórdia eterna que não nos abandonou, e em Cristo todos nós somos criaturas novas.
   Compreendendo a Assunção, vinda de uma antiga tradição da Igreja oriental, temos menção da totalidade humana da mãe de Jesus – corpo e alma. Por isso, festa esta conhecida como a “dormição” de Nossa Senhora, quando ela deixa este mundo e é dirigida ao céu; pois o sentido encontrado no fato de quem crê, a morte jamais será um fim.
   O fato de Deus ser três pessoas em um só ser, foi guardado por Maria, e  é mistério o que não nos cabe delinear palavras para justificar ou tentar convencer algo que é vivido e experimentado pela fé.






Por Fr. Renê Vilela

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