Encontro sobre
Liturgia das Horas-Mosteiro Nossa Senhora das Graças, Irmãs Beneditinas
Por Frei Renê Vilela,O.Carm.
Tivemos
reunidos durante os dias 29 à 31 de maio no mosteiro das irmãs beneditinas.
Neste encontro, o intuito foi a formação quanto a Liturgia das Horas, um
enriquecimento bíblico e espiritual de profunda experiência com o divino e o
silêncio.
Na parte prática
da formação contamos com irmã Joana (OSB), que perpassou a história da Liturgia
do Concílio de Trento ao Concílio Vaticano II. Do juridicismo (rituais fechados
e seguimento de leis sem participação dos leigos) à publicação da Constituição Sacrosanctum Concilium que abre a
Liturgia à participação, seguindo sua significação que é serviço cultural de e
para Deus.
Compreende-se
Liturgia como ação de Cristo e da Igreja. Aprofundamos seus aspectos místicos,
históricos, escatológicos e teológicos ao quais vivenciamos e assumimos nosso
sacerdócio, realeza e profetismo recebidos no Batismo. Lembrando como nos
mostra Efésios 1, 9-10 que nós tivemos a graça de conhecer o mistério da vontade divina, unindo todas as coisas em
Cristo que é a cabeça.
Na
oportunidade, rezamos com as monjas durante as orações da salmodia, mas em
especifico com irmã Maria Geni, OSB, a que nos ofereceu treinamento musical,
bem como um aprofundamento espiritual quanto a leitura dos salmos, isto é,
conversa com Deus. Essa manifestação ou expressão humana feita no cantar, especifica-se
o canto gregoriano, buscando cantar na Liturgia a herança do povo cristão.
“Cantai ao Senhor” Sl. 149,1, ligando assim,o Antigo Testamento como afirmação
do Novo Testamento. Ainda estudamos as diferenciações e as estruturas dos
salmos, suas particularidade a fim de melhor compreendê-los durante suas
recitações .
Contamos com a
presença da irmã Felicidade, OSB, que nos mostrou de forma sintética e precisa,
a importância de se usar a salmodia, oração que atinge o universo todo, feita
durante as vinte quatro horas do dia percebendo a unidade do que se reza e sua recitação distribuída entre os fusos
horários.
Na verdade todos
os dias realizamos e trazemos para o hoje a memória Pascal, compreendendo que
isso não somente acontece nas horas e na missa, mas em toda a ação cristã e nos
sacramentos. Por isso, o cristão como corpo místico é combatente pela e para vitória
de Cristo. Liturgia e Eucaristia, uma relação íntima, em favor da humanidade,
seja, nos louvores das laudes, nas
horas médias ou vésperas na qual por meio de salmos, cânticos, orações e o Pai
Nosso.
Compreendemos
com isso que a oração diária , esse contato com Deus da mesma forma que Cristo
fez, é apresentar a face divina ao mundo.
Devemos dar ênfase à meditação dia e noite, conforme diz o salmo 1 e a
nossa própria Regra de Vida por meio da lectio
divina para assim participarmos da santidade Deus, já que somos sua imagem
e semelhança (Gn. 1,27). Tudo o que seguimos é trinitário, tudo feito pelo amor do Pai ao Filho,
e do Filho ao Pai por meio do Espírito Santo, santificando a Igreja que retorna
a Deus.
Tivemos a
grata oportunidade dada pelas irmãs de participarmos de uma de suas formações,
na qual escutamos o Pe. Luis Henrique Eloi, que discorreu sobre o repouso
(anápausis e katápausis) com referências bíblicas deMt 11, 29 e Hb 4,11.
Percebendo assim a Liturgia como local de repouso, isto é, de restauração espiritual.
Encontramos no templo e na oração o abrigo seguro paras nos reconstituirmos, lembrando
sempre da importância do silêncio.
Por isso a
vivência do ano litúrgico e da salmodia levam como primazia Cristo. “Louvando o
nome do Senhor” (Sl 135,1) “Para ele a glória, tanto agora como até o dia da
eternidade. Amém.” (2Pd. 3,18)
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