domingo, 3 de junho de 2012


Encontro sobre Liturgia das Horas-Mosteiro Nossa Senhora das Graças, Irmãs Beneditinas
Por Frei Renê Vilela,O.Carm.

 Tivemos reunidos durante os dias 29 à 31 de maio no mosteiro das irmãs beneditinas. Neste encontro, o intuito foi a formação quanto a Liturgia das Horas, um enriquecimento bíblico e espiritual de profunda experiência com o divino e o silêncio.
Na parte prática da formação contamos com irmã Joana (OSB), que perpassou a história da Liturgia do Concílio de Trento ao Concílio Vaticano II. Do juridicismo (rituais fechados e seguimento de leis sem participação dos leigos) à publicação da Constituição Sacrosanctum Concilium que abre a Liturgia à participação, seguindo sua significação que é serviço cultural de e para Deus.
Compreende-se Liturgia como ação de Cristo e da Igreja. Aprofundamos seus aspectos místicos, históricos, escatológicos e teológicos ao quais vivenciamos e assumimos nosso sacerdócio, realeza e profetismo recebidos no Batismo. Lembrando como nos mostra Efésios 1, 9-10 que nós tivemos a graça de conhecer o mistério da  vontade divina, unindo todas as coisas em Cristo que é a cabeça. 




   Visualizamos os símbolos e suas funções nas celebrações, compreendendo não só materialmente, mas humanamente, ou seja, os objetos, gestos e posturas.
Na oportunidade, rezamos com as monjas durante as orações da salmodia, mas em especifico com irmã Maria Geni, OSB, a que nos ofereceu treinamento musical, bem como um aprofundamento espiritual quanto a leitura dos salmos, isto é, conversa com Deus. Essa manifestação ou expressão humana feita no cantar, especifica-se o canto gregoriano, buscando cantar na Liturgia a herança do povo cristão. “Cantai ao Senhor” Sl. 149,1, ligando assim,o Antigo Testamento como afirmação do Novo Testamento. Ainda estudamos as diferenciações e as estruturas dos salmos, suas particularidade a fim de melhor compreendê-los durante suas recitações  .
Contamos com a presença da irmã Felicidade, OSB, que nos mostrou de forma sintética e precisa, a importância de se usar a salmodia, oração que atinge o universo todo, feita durante as vinte quatro horas do dia percebendo a unidade do que se reza e  sua recitação distribuída entre os fusos horários.


Na verdade todos os dias realizamos e trazemos para o hoje a memória Pascal, compreendendo que isso não somente acontece nas horas e na missa, mas em toda a ação cristã e nos sacramentos. Por isso, o cristão como corpo místico é combatente pela e para vitória de Cristo. Liturgia e Eucaristia, uma relação íntima, em favor da humanidade, seja, nos louvores das laudes, nas horas médias ou vésperas na qual por meio de salmos, cânticos, orações e o Pai Nosso.
Compreendemos com isso que a oração diária , esse contato com Deus da mesma forma que Cristo fez, é apresentar a face divina ao mundo.  Devemos dar ênfase à meditação dia e noite, conforme diz o salmo 1 e a nossa própria Regra de Vida por meio da lectio divina para assim participarmos da santidade Deus, já que somos sua imagem e semelhança (Gn. 1,27). Tudo o que seguimos  é trinitário, tudo feito pelo amor do Pai ao Filho, e do Filho ao Pai por meio do Espírito Santo, santificando a Igreja que retorna a Deus.

Tivemos a grata oportunidade dada pelas irmãs de participarmos de uma de suas formações, na qual escutamos o Pe. Luis Henrique Eloi, que discorreu sobre o repouso (anápausis e katápausis) com referências bíblicas deMt 11, 29 e Hb 4,11. Percebendo assim a Liturgia como local de repouso, isto é, de restauração espiritual. Encontramos no templo e na oração o abrigo seguro paras nos reconstituirmos, lembrando sempre da importância do silêncio.

Por isso a vivência do ano litúrgico e da salmodia levam como primazia Cristo. “Louvando o nome do Senhor” (Sl 135,1) “Para ele a glória, tanto agora como até o dia da eternidade. Amém.” (2Pd. 3,18)


Nenhum comentário:

Postar um comentário