sábado, 20 de outubro de 2012


 
Formação sobre Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz
 
 

 
“Vivo já fora de mim
Desde que morro de amor;
Porque vivo no Senhor,
Que me escolheu para Si...”
(Santa Teresa de Jesus)
 






   Nos dias 16 a 18 do corrente mês, nossa comunidade se alegrara com a saudosa presença de Frei Geraldo de Araújo Lima, O.Carm. (Província Carmelitana Pernambucana). Ele viera à nossa comunidade com o intuito de partilhar conosco sobre a vida de Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, dois grandes santos e doutores da Ordem Carmelita.
   A princípio, nos apresentou a seguinte frase de um filósofo espanhol: “eu sou eu e minhas circunstâncias”. Com isso, começamos a entender a vida de Teresa a partir do contexto histórico de sua época, sua família, sua personalidade. Filha de D. Alonso de Cepeda e Beatriz Ahumada , Teresa de Ahumada é a terceira dentre 9 filhos do casal (no total eram 12, pois D. Alonso tinha 3 filhos de seu primeiro casamento), nascida em Ávila-Espanha no ano de 1515. Em 1535 entra para o Carmelo no mosteiro da Encarnação. Em 1562, inicia a reforma na Ordem, fundando, neste mesmo ano, o Convento de São José de Ávila.
   Mulher corajosa, forte e ao mesmo tempo, alegre e meiga, dentre tantas qualidades, o que mais chama atenção é sua “determinada determinación”. Como mestra de oração, deixou-nos uma insondável riqueza através de seus escritos, dentre eles os principais: o livro da vida, caminho de perfeição e castelo interior; em ambos, trata de um mesmo assunto: a ação de Deus em sua vida por meio da oração, porém cada obra com características próprias e autênticas. Morreu em 1582 na cidade de Alba de Tormes.
   Contemporâneo a Santa Teresa, viveu João de Yepes. Terceiro filho da união de Gonzalo de Yepes e Catarina Alvarez nasceu em Fontiveros (Espanha) no ano de 1542. Apesar de sua infância pobre e difícil, João, menino sereno, bem orientado em sua vocação, resolveu entrar no Carmelo pelo fato de sempre aspirar a uma vida de contemplação. Em 1563, ingressa na Ordem e recebe o nome de Frei João de São Matias. Mais tarde, convencido por Madre Teresa, adere à reforma e forma a primeira comunidade carmelitana descalça em Duelo - mudando seu nome para Frei João da Cruz - juntamente com os frades Antônio de Jesus e José de Cristo.
   Homem de admirável pertença a Deus, buscava constantemente a vida em Cristo através de uma vida contemplativa, na oração. Em 1577 é sequestrado e encarcerado em Toledo por alguns frades que não aceitavam a reforma. Viveu nove meses numa prisão escura na qual, só via por apenas uma hora do dia, a luz do sol. Este período de sua vida foi de suma importância; a prisão foi o lugar em que ele fez a maior experiência de Deus em sua vida, resultando assim na escrita de suas principais obras espirituais. Dentre estas, as poesias, que mais tarde, em 1952, o fazem ser proclamado o padroeiro dos poetas espanhois. Suas obras: Cântico espiritual, Noite escura, Chama viva de amor, Subida do Monte Carmelo, trazem para nós um perfeito caminho para a busca de Deus por meio da contemplação. Morreu em 1591 na cidade de Úbeda.

Para você, caro leitor, fica a dica de leitura de algumas dessas obras desses dois baluartes do Carmelo...

“Oh! Noite que me guiaste,
Oh! Noite mais amável que a alvorada;
Oh! Noite que juntaste
Amado com Amada,
Amada já no Amado transformada!”
(São João da Cruz)
 

                                                  
 
 
 
 

 
 
 
 
                                 
 
 
Por Frei Anderson Alves, O.Carm.
 

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